PELE ANIMAL

Há anos jornalistas em formação se debruçam no tema de pele animal, os comentários tendem a associar negativamente os movimentos de proteção dos animais com a moda. 

Assim como eu, outros fashionistas também foram alvo de perseguição e apontados como "Cruella de Vil", vítimas de comentários maldosos na rua ou até no próprio ambiente de trabalho.

A questão do bem-estar animal, em nenhum momento, diz que não se pode usar a pele animal, exceto animais em extinção ou risco de extinção; ou diz que não se deve cozinhar carne animal, que a humanidade é um monstro devido à pecuária, isso não é verdade. O bem-estar animal é feito de teorias a respeito do manejo dos animais, de modo que se preserve baixo nível de stress, diz sobre os métodos corretos de abate e extração de matéria-prima; é um debate entre profissionais médicos veterinários, agropecuaristas e afins. 



A pele animal nunca saiu de moda, marcas em geral nunca excluíram o couro, ou outras partes de animais, e a moda não vai deixar de usar essa matéria-prima por devaneios de leigos liberalistas que já extrapolaram a altura máxima do parquinho mas usam 5g, indevidamente.




O conselho de medicina veterinária de Goiás diz sobre as cinco liberdades animal, uma das teorias sobre o tema de bem-estar animal:

a liberdade de sede, fome e má-nutrição; 
a liberdade de dor e doença; 
a liberdade de desconforto; 
a liberdade para expressar o comportamento natural da espécie; e 
a liberdade de medo e de estresse.

Isso é aplicado desde o planejamento das estruturas físicas de uma fazenda ou criadouro até o momento de abate e em alguns casos distribuição. 

A humanidade usa os animais há muito tempo e essa relação tem papel fundamental na formação da sociedade contemporânea, sustentando muitos dos caprichos que a maioria da população de países desenvolvidos e emergentes desfrutam.

Leia o trecho a seguir, retirado do livro Armas, germes e aço Os destinos das sociedades humanas:

([...] Por outro lado, as Américas só tinham uma espécie de mamífero doméstico grande, a lhama/alpaca, restrita a uma pequena área dos Andes e à costa peruana adjacente. Embora sua carne, sua lã e seu couro fossem aproveitados, e ela fosse utilizada para o transporte de mercadorias, nunca produziu leite para consumo humano, não carregava um cavaleiro, não puxava um carro ou um arado e não servia como fonte de energia ou veículo para guerra. [...])

Concluo que a lhama não era perfeita mas foi fundamental na formação do império nas altas culturas antes da colonização espanhola; tanto quanto os outros animais que a Europa já domesticava tiveram papel na vitória sobre as comunidades das Américas e no próprio desenvolvimento dos povos europeus.  




A verdade sobre o especismo, que é o preconceito contra outras espécies, é quando grupos ou indivíduos dizem pra lhama que ela é igual a eles, preconceito é conversar em línguas com a lhama como se estivesse falando a sua amiga! Assim como muita gente faz com o cachorro, o gato, o passarinho e o sapo. Reconhecer a importância das cinco liberdades ou aplicar o bem-estar animal é diferente de preconceito e isso é debate de outra área em outro momento.